Penso que é essencial algumas vezes entrar em retiro, parar com tudo que você tem feito, parar com suas crenças e experiências completamente e olhar para elas de novo. Não continuar repetindo como máquinas se você crê ou não. Vocês deveriam deixar o ar fresco entrar em suas mentes. Não deveriam? Isso significa que você deve estar inseguro, não deve? Se você pudesse fazer isso, estaria aberto para os mistérios da natureza e para as coisas que sussurram a nossa volta, que de outro modo você não alcançaria; alcançaria o deus que está esperando para chegar, a verdade que não pode ser convocada, mas chega por si mesma. Mas não estamos abertos para o amor, e outros processos mais sutis que estão acontecendo dentro de nós, porque estamos todos muito enclausurados em nossos próprios desejos. Certamente, é bom se retirar de tudo isso. Deixar de ser membro de alguma sociedade. Deixar de ser brâmane, hindu, cristão, muçulmano. Deixar sua adoração, rituais, retirar-se completamente de tudo isto e ver o que acontece. Num retiro, não mergulhe em alguma outra coisa, não pegue algum livro e fique absorto em novo conhecimento e novas aquisições. Rompa completamente com o passado e veja o que acontece, e vocês verão deleite. Verão vastas amplitudes. Quando seu coração está aberto, então a realidade pode chegar. Então os sussurros de seus próprios preconceitos, seus próprios ruídos não são ouvidos. Por isso é bom fazer um retiro, sair e interromper a rotina, não apenas a rotina da existência exterior, mas a rotina que a mente estabelece para sua própria segurança e conveniência. Tentem senhores, aqueles que têm a oportunidade.
Madras – 5 de janeiro de 1952; Obras coletadas; Volume 6