Interrogante: Senhor, qual é sua ideia sobre um novo mundo?
Krishnamurti: Não tenho ideia sobre um novo mundo. O “novo” mundo não pode ser novo se eu tenho uma ideia sobre ele. Esta não é apenas uma afirmação astuciosa, é um fato. Se eu tenho uma ideia sobre isto, a ideia nasceu de meu estudo e experiência, não é? Ela nasceu do que eu aprendi, do que li, do que outras pessoas disseram sobre como seria um novo mundo. Assim, o “novo” mundo nunca pode ser novo se ele é uma criação da mente, porque a mente é o velho. Você não sabe o que vai acontecer amanhã, sabe? Você pode saber que não haverá escola amanhã porque é domingo, e que na segunda-feira você vai para a escola novamente, que tipos de sentimentos você vai ter, que tipos de coisas você vai ver – nada disso você sabe, não é? Porque você não sabe o que vai acontecer amanhã, ou na próxima manhã, quando acontecer será novo; e ser capaz de encontrar o novo é o que importa.
Life Ahead; Parte 2; Capítulo 1
Seria sábio se depois de certa idade, talvez digamos quarenta ou quarenta e cinco anos, ou mais jovem ainda, você se retirasse do mundo, antes de ficar muito velho. O que aconteceria se você se retirasse não apenas para aproveitar os frutos de ganhos judiciosos, mas retirar-se a fim de descobrir a si mesmo, a fim de refletir profundamente, meditar, descobrir a realidade? Talvez você possa salvar a humanidade do judicioso caminho mundano que ela segue, com toda sua brutalidade, decepção e sofrimento. Assim, pode haver um grupo de pessoas, desassociadas do mundanismo, de suas identificações e exigências, capaz de guiar, ensinar. Estando livres do mundanismo eles não terão autoridade, nem importância e, então, não serão levados para suas calamidades e estupidez. Pois o homem que não está livre da autoridade, da posição, não é capaz de guiar, de ensinar ao outro. Um homem que tem autoridade está identificado com sua posição, com sua importância, com seu trabalho e, assim, está escravizado. Para compreender a liberdade da verdade deve haver liberdade para experimentar. Se tal grupo surgir, pode produzir um novo mundo, uma nova cultura.
Ojai, 4ª Palestra Pública – 04 de junho de 1944
A cultura é universal. A verdadeira cultura é infinita; não pertence a nenhuma sociedade, nação, a nenhuma religião.
Adyar, 2ª Palestra Pública – 30 de dezembro de 1933
A sabedoria, ou compreensão, não pode ser obtida se apegando às coisas, se agarrando às crenças ou ideias. A sabedoria nasce quando vocês se encontram realmente em movimento, sem estarem ancorados em nenhuma forma particular de crença; desta maneira, vocês descobrirão que não importa se os Mestres existem ou não, se sua Sociedade é essencial para o mundo ou não. Essas coisas têm muito pouca importância. A partir disso, vocês estarão criando uma nova civilização, uma nova cultura no mundo.
Auckland, Palestra aos Teosofistas – 31 de março de 1934 – 2