Todos nós nos colocamos em vários níveis, e estamos constantemente caindo dessas alturas. É da queda que temos vergonha. A autoestima é a causa de nossa vergonha, de nossa queda. É esta autoestima que deve ser compreendida, e não a queda. Se não houver o pedestal em que você se coloca, como poderá haver qualquer queda? Por que você se colocou num pedestal chamado autoestima, dignidade humana, o ideal e assim por diante? Se você pode compreender isso, então não haverá vergonha do passado; ele terá passado completamente. Você será o que você é sem o pedestal. Se o pedestal não está lá, a altura que faz você olhar para baixo ou para cima, então você é o que sempre evitou. É este evitar o que é, o que você é, que gera confusão e antagonismo, vergonha e ressentimento. Você não tem que me dizer, ou ao outro, o que você é, mas estar cônscio do que você é, o que quer que seja, agradável ou desagradável: viva com isso sem justificar ou resistir. Viva com isso sem dar nome; pois o próprio termo é uma condenação ou uma identificação. Viva com isso sem medo, porque o medo impede a comunhão, e sem comunhão você não pode viver com isso. Estar em comunhão é amar. Sem amor, você não pode varrer o passado; com amor, não há passado. Ame, e o tempo não existirá.
Comentários sobre o viver; Vol. I; Capítulo 57; Auto-Apreciação