Grandeza é anonimato

Grandeza é anonimato, ser anônimo é a maior coisa. A grande catedral, as grandes coisas da vida, grande escultura, deve ser anônima. Elas não pertencem a nenhuma pessoa em particular, como a verdade. A verdade não pertence a mim nem a você, é totalmente impessoal e anônima; se você diz que tem a verdade, então você não é anônimo, você é muito mais importante que a verdade. Mas uma pessoa anônima pode nunca ser grande. Provavelmente ela nunca será grande, porque não quer ser grande, grande no sentido do mundo ou mesmo internamente, pois ela é ninguém. Ela não tem seguidores. Ela não tem brilho, não se promove. Mas a maioria de nós, infelizmente, quer se promover, queremos ser grandes, queremos ser conhecidos, queremos ter sucesso. O sucesso leva à fama, mas essa é uma coisa vazia, não é? É como cinzas. Todo político é conhecido e seu negócio é ser conhecido e, assim, ele não é grande. Grandeza é ser desconhecido, internamente e externamente ser como nada; e isso requer grande penetração, grande compreensão, grande afeição.

Banaras, 13ª Palestra – 20 de janeiro de 1954